A C A S A S Ã O O S O U T R O S
H O U S E I S O T H E R P E O P L E
Um livro que requer tempo.
Um livro que ocupa espaço.
A book that requires time.
A book that takes up space.






O Tempo necessário para desdobrar o livro.
The Time needed to unfold the book.



O Tempo necessário para desdobrar as páginas.
The Time needed to unfold the pages.


PT
A Casa são os Outros, 2022
livro em acordeão / Leporello - cartão, cartolina preta, lixa, etiquetas em relevo, monotipias impressas em papel de arroz.
Dimensões
Livro fechado: 16 x 16 x 10 cm
Comprimento total: 112 x 112 cm
A Casa são os Outros, 2022
livro em acordeão / Leporello - cartão, cartolina preta, lixa, etiquetas em relevo, monotipias impressas em papel de arroz.
Dimensões
Livro fechado: 16 x 16 x 10 cm
Comprimento total: 112 x 112 cm
EN
House is Other People, 2022
accordion book / Leporello - cardboard, black paperboard, sandpaper, labels, monotypes printed in rice paper.
Dimensions
Closed Book: 16 x 16 x 10 cm
Total Lenght: 112 x 112 cm
House is Other People, 2022
accordion book / Leporello - cardboard, black paperboard, sandpaper, labels, monotypes printed in rice paper.
Dimensions
Closed Book: 16 x 16 x 10 cm
Total Lenght: 112 x 112 cm
O Livro de Artista A Casa são os Outros configura uma ocupação de espaço. De formato
quadrado, o livro fechado forma um bloco negro. É aberto progressivamente através do
desdobramento de um acordeão.
O miolo é constituído por monotipias dobradas em quatro, agrupadas nas bolsas do acordeão.Por sua vez, estas bolsas são originadas por uma única dobra a todo o comprimento da tira, ligadas por duas capas.
“A Casa são os Outros”, uma clara reminiscência da célebre frase de Sartre “O Inferno são os Outros”, deve entender-se como um gesto de consciência, mas nunca de enfado. É o reconhecimento da adversidade, mas simultaneamente uma ode à gratidão e à esperança.
Este livro incorpora o binómio da imagem-palavra a partir das obras de dois autores: O Quadrado Negro de Malevich e o livro infinito de Jorge Luis Borges. Ao Livro de Borges que é infinito como a Areia, desmesuradamente grande e que conterá em si todas as combinações possíveis de palavras, todas as conversas tidas e todas as conversas por ter, opõe-se o grau zero da pintura – o quadrado negro de Malevich – a imagem infinitamente pequena. A hipótese de conceber um livro infinito faz-se da possibilidade de continuar indefinidamente o padrão estabelecido com o acordeão.
Já o bloco negro configurado pelo livro fechado – maciço – suga o olhar, num quase luto. É uma “lápide” forrada a lixa, onde o uso de etiquetas em relevo com diversas definições acentua o caráter háptico da peça. Este tratamento denso de todo o objeto, próximo dos colossais livros de Anselm Kiefer, contrasta com a delicadeza do papel e método de impressão planográfico elegido para o miolo. São invocadas duas entidades: a linguagem e o tempo. Estes dois, articulados, sugerem o tempo de desdobrar o livro, o tempo do desdobrar das monotipitas, o tempo da escrita e o tempo da leitura.
O miolo é constituído por monotipias dobradas em quatro, agrupadas nas bolsas do acordeão.Por sua vez, estas bolsas são originadas por uma única dobra a todo o comprimento da tira, ligadas por duas capas.
“A Casa são os Outros”, uma clara reminiscência da célebre frase de Sartre “O Inferno são os Outros”, deve entender-se como um gesto de consciência, mas nunca de enfado. É o reconhecimento da adversidade, mas simultaneamente uma ode à gratidão e à esperança.
Este livro incorpora o binómio da imagem-palavra a partir das obras de dois autores: O Quadrado Negro de Malevich e o livro infinito de Jorge Luis Borges. Ao Livro de Borges que é infinito como a Areia, desmesuradamente grande e que conterá em si todas as combinações possíveis de palavras, todas as conversas tidas e todas as conversas por ter, opõe-se o grau zero da pintura – o quadrado negro de Malevich – a imagem infinitamente pequena. A hipótese de conceber um livro infinito faz-se da possibilidade de continuar indefinidamente o padrão estabelecido com o acordeão.
Já o bloco negro configurado pelo livro fechado – maciço – suga o olhar, num quase luto. É uma “lápide” forrada a lixa, onde o uso de etiquetas em relevo com diversas definições acentua o caráter háptico da peça. Este tratamento denso de todo o objeto, próximo dos colossais livros de Anselm Kiefer, contrasta com a delicadeza do papel e método de impressão planográfico elegido para o miolo. São invocadas duas entidades: a linguagem e o tempo. Estes dois, articulados, sugerem o tempo de desdobrar o livro, o tempo do desdobrar das monotipitas, o tempo da escrita e o tempo da leitura.
House is Other People is an Artist’s book that configures a space occupation. When open it forms a black square; when closed, a black block. The book is progressively opened by the unfolding of an accordion.
The interior pages are monotypes folded in four. They are grouped in pockets formed by a single fold in the accordion, connected by two covers.
“House is Other People” is a clear reminiscence of the famous quote by Jean-Paul Sartre: “Hell is other people”. It must be interpreted as a gesture of consciousness, but never of tediousness. It is the firm recognition of adversity, but simultaneously an ode to gratitude and hope.
This book develops the opposition image-word started in the works of two authors: Malevich’s Black Square and the Infinite book of Jorge Luis Borges. Borges’s book is as infinite as sand. Disproportionately big it must contain all the possible words, all the conversations that have already taken place, and all the conversations of the future. It can be opposed to the zero in painting - Malevich’s Black Square - the infinitely small image.
The hypothesis of conceiving an infinite book is materialized in the accordion pattern that can be continued indefinitely.
The dark block configured by the close book - massive - awakens the eye in an almost-grief. It’s a “gravestone” covered in sandpaper. The text labels accentuate the haptic perception of the work.
This densely executed body book takes much inspiration from the colossal books of Anselm Kiefer and contrasts with the delicacy of the paper and printing method chosen for the inside.
Two entities are joined in this piece: language and time. The time of unfolding the book, the time of unfolding the monotypes, the time of writing, the time of reading.
The interior pages are monotypes folded in four. They are grouped in pockets formed by a single fold in the accordion, connected by two covers.
“House is Other People” is a clear reminiscence of the famous quote by Jean-Paul Sartre: “Hell is other people”. It must be interpreted as a gesture of consciousness, but never of tediousness. It is the firm recognition of adversity, but simultaneously an ode to gratitude and hope.
This book develops the opposition image-word started in the works of two authors: Malevich’s Black Square and the Infinite book of Jorge Luis Borges. Borges’s book is as infinite as sand. Disproportionately big it must contain all the possible words, all the conversations that have already taken place, and all the conversations of the future. It can be opposed to the zero in painting - Malevich’s Black Square - the infinitely small image.
The hypothesis of conceiving an infinite book is materialized in the accordion pattern that can be continued indefinitely.
The dark block configured by the close book - massive - awakens the eye in an almost-grief. It’s a “gravestone” covered in sandpaper. The text labels accentuate the haptic perception of the work.
This densely executed body book takes much inspiration from the colossal books of Anselm Kiefer and contrasts with the delicacy of the paper and printing method chosen for the inside.
Two entities are joined in this piece: language and time. The time of unfolding the book, the time of unfolding the monotypes, the time of writing, the time of reading.












O livro desenvolveu-se inicialmente como um exercício de escrita. O uso da monotipia,
na ausência da capacidade de escrever em espelho, implicou que todo o texto perdesse leitura.
Mas a translucidez do papel de arroz permite que as palavras sejam lidas pelo verso, garantindo,
no entanto, que só os verdadeiramente persistentes se darão ao trabalho de decifrar o manuscrito.
Initially, the book was developed as a writing exercise. The use of monotype, in the absence of mirrored writing, compromised the reading. But the translucency of the rice paper permits reading from the back. This guarantees that only the truly persistent will take the job of deciphering the manuscript.








Mas o manuscrito está – permanece. À caligrafia que parece desprezar a importância de se ser lido,
associam-se as lúcidas definições que mostram que a linguagem se faz de avessos e sentidos
figurados.
Se a princípio, texto e imagem foram marcados pelas expressões e enredo de uma série de personagens
que sobreviveram ao gesto da escrita,
tornou-se urgente dar um passo atrás e recolher as definições dessa resiliência para configurar um dicionário de expressões para aqueles que sobreviveram ao gesto da escrita,
que é como quem diz
palavras para as pessoas-lugar,
ou ainda
frases para qualquer aluno de Belas Artes que reconheça que o desenho é a forma mais rápida de registar uma perceção.
A Casa são os Outros é, acima de tudo, um imaginário de memórias próprias e emprestadas, duas mãos cheias de expressões que se dirigem aos que esperam eternamente o hoje e que não tendo encontrado ainda a sensação de casa, continuam à procura.
Se a princípio, texto e imagem foram marcados pelas expressões e enredo de uma série de personagens
que sobreviveram ao gesto da escrita,
tornou-se urgente dar um passo atrás e recolher as definições dessa resiliência para configurar um dicionário de expressões para aqueles que sobreviveram ao gesto da escrita,
que é como quem diz
palavras para as pessoas-lugar,
ou ainda
frases para qualquer aluno de Belas Artes que reconheça que o desenho é a forma mais rápida de registar uma perceção.
A Casa são os Outros é, acima de tudo, um imaginário de memórias próprias e emprestadas, duas mãos cheias de expressões que se dirigem aos que esperam eternamente o hoje e que não tendo encontrado ainda a sensação de casa, continuam à procura.
But the manuscript remains. Although the calligraphy seems to despise the importance of being read, the lucid definitions show that language is made of reverses and allegories.
If in the beginning text and image developed from a narrative between characters that survived the gesture of writing, it became urgent to step back and collect definitions of that underlying resilience. This originated some sort of a dictionary.
A dictionary of expressions for those
who survived the gesture of writing,
which is the same as saying
Words for people-place
or even
sentences for any fine arts student that recognizes that drawing is the quickest way to depict a perception.
House is Other People is, above all, two full hands of own and borrowed memories that speak directly to those who wait eternally for today. It’s for those who have not yet found a homely feeling but keep searching anyway.
If in the beginning text and image developed from a narrative between characters that survived the gesture of writing, it became urgent to step back and collect definitions of that underlying resilience. This originated some sort of a dictionary.
A dictionary of expressions for those
who survived the gesture of writing,
which is the same as saying
Words for people-place
or even
sentences for any fine arts student that recognizes that drawing is the quickest way to depict a perception.
House is Other People is, above all, two full hands of own and borrowed memories that speak directly to those who wait eternally for today. It’s for those who have not yet found a homely feeling but keep searching anyway.
![[Casa] o abraço da paz / [House] embrace of peace](https://freight.cargo.site/t/original/i/eb36ab274ea6e5c4427e5f236be7ac13314b51a1e520e252a14c49ec973df2d4/Casa001.jpg)
![[Antecipação] chegar ao infinito da folha / [Anticipation] get to the infinite of the page](https://freight.cargo.site/t/original/i/679e6dea0cb0b5f6a338406d018da84d1b58a4204da365f025fca1c3ca8cb91e/Casa008.jpg)
![[Esperança] espero eternamente o hoje / [Hope] waiting eternally for today](https://freight.cargo.site/t/original/i/c3c551e49cf0dcbf2967c5e92d4459a2124f21fdc0e9ccb3d96a74da3e97fdd6/Casa009.jpg)
![[Dúvida] vais ou ficas? / [Doubt] will you come or stay?](https://freight.cargo.site/t/original/i/a3807c2f00f12560a1a322d22ee79d0bbcba78eb050ddd66af90c92f7370cdef/Casa011.jpg)
![[Profeta] fumo o meu cigarro contemplativo / [Profet] I smoke my contemplative cigarette](https://freight.cargo.site/t/original/i/0994a02fbb4a07811058fd36542695548c0840613266b789a5ccd748cddb6ffa/Casa014.jpg)
![[Escrita] Batam lá isto / [Writing] Beat this!](https://freight.cargo.site/t/original/i/2fd206373c97146f9c4bfa1252046407a8c3aea533bb7cb140be3c66c264d662/Casa017.jpg)
![[Gratidão] meio cheio, meio vazio / [Gratitude] half full, half empty](https://freight.cargo.site/t/original/i/c1ceaf9cf018f93ff8ff92fa252fc43ad46f7132a71d3624c2104d91fdccc09a/Casa023.jpg)
![[Mar] nunca virar as costas ao mar / [Sea] never turn your back on the sea](https://freight.cargo.site/t/original/i/bd46e4a9bc524b9bfcb569415acd3a0eff9c0bf3d1694690e0b96b7dc720f2a9/Casa026.jpg)
![[Esquecimento] NÃO ESQUECER a última ideia que tens antes de adormecer / [Forgetfulness] DON'T FORGET the last thought before you fall asleep](https://freight.cargo.site/t/original/i/3fc3fea1557566dbfa924732dbbc9a8e52d85061eb190bb97b72cb5a93020fab/Casa027.jpg)
![[Detalhes] toma, nunca te dei nada / [Details] here, I've never given you anything](https://freight.cargo.site/t/original/i/d0e315b297992e89ef77ec7d298e09412922fbc83291dc25761f9ff8620ca3ef/Casa033.jpg)
![[Gavetas] Adormeceu com a esperança de que os papéis das gavetas abertas se limitassem a voar pela janela com o vento / [Drawers] He fell asleep hoping that the papers from the open drawers would just fly out the window in the wind](https://freight.cargo.site/t/original/i/dfa1cada351ba98b88ca055ef07279e79c0f118f17291c6a91c0a5eaa61bedfc/Casa036.jpg)
![[Colecionar] Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo - Fernando Pessoa / [Collecting] Stones in the road? I save every single one, and one day I'll build a castle - Fernando Pessoa](https://freight.cargo.site/t/original/i/ad715914ce6dbb5ea85f06b00d029ef57a0b6b9980efe99c737425cba5976456/Casa042.jpg)
![[Silêncio] encontro sucessivo de linhas do horizonte / [Silence] Successive meeting of horizon lines](https://freight.cargo.site/t/original/i/1beee4c1f5bff6eceb35c6b07358978e7da8149c11012b814abe1ff0fbba652b/Casa043.jpg)
![[Segredo] Relógio - pessoa que diz só o que ouviu dizer / [Secret] Clock - person that only repeats what has heard](https://freight.cargo.site/t/original/i/c821b470b15160953402f55391c0c052b30e1a4e456bf409e80fb6dd57e7a0b3/Casa055.jpg)
![[Lugares] o meu horizonte pode ser simplesmente a linha dos olhos dos outros / [Places] my horizon can simply be the eye line of others](https://freight.cargo.site/t/original/i/3a14556caf77f579b83362ed92e94d07cee80e62321a749afa75b4bb71dca39f/Casa062.jpg)
![[Pessoa-lugar] sou a minha própria paisagem - Fernando Pessoa / [People-Place] I'm my own landscape - Fernando Pessoa](https://freight.cargo.site/t/original/i/e1b1e43d11656c3152d63dbd6d917bdc85516bbb2ed631793734ad62b7dd279b/Casa067.jpg)
Algumas entradas do dicionário das pessoas-lugar:
A Casa
1 A paz
2 Os outros
A Casa
1 A paz
2 Os outros
Antecipação
1 A morte das coisas através das palavras
Esperança
1 O Desejo mais o tempo
2 O Verão
Dúvida
1 A pior espécie de Esperança
Profeta
1 Aquele que executa determinada tarefa da sua vida
com inabalável entrega
2 Pessoa-Lugar
3 A sua própria paisagem [Fernando Pessoa - esse outro profeta]
4 Para Verónica, Anselm Kiefer
Escrita
1 Gesto reflexo daquele que lê
2 Atitude daquele que quer ser lido
Gratidão
1 Como a água: necessária a cada dia.
Mar ou Esquecimento
1 Os passeios
2 A recusa da fotografia
3 O céu que parece um pano
4 A risca lá longe que distingo da janela
Detalhes
1 O foco de interesse das pessoas que gostam de dar
Memória
1 Entidade falível
2 Crepúsculo
3 Coisa que... o que é que eu estava para escrever mesmo?
Gavetas
1 Dispositivo em sequência onde afortunadas pessoas conseguem arrumar a sua vida meticulosamente.
Colecionar
1 Arrumar [infrutiferamente] perpetuamente
Silêncio
1 Incongruência feita soma de letras
2 Expressão dúbia das palavras não ditas
3 Tema de conversa
Segredo
1 Antecedente da promessa
Lugares
1 Somatórios de coisas fora do sítio
Pessoas-Lugar
funcionam a cinco dimensões,
às três do sujeito somam-se outras duas
1 O Tempo
2 A Consciência de o ter visitado
1 A morte das coisas através das palavras
Esperança
1 O Desejo mais o tempo
2 O Verão
Dúvida
1 A pior espécie de Esperança
Profeta
1 Aquele que executa determinada tarefa da sua vida
com inabalável entrega
2 Pessoa-Lugar
3 A sua própria paisagem [Fernando Pessoa - esse outro profeta]
4 Para Verónica, Anselm Kiefer
Escrita
1 Gesto reflexo daquele que lê
2 Atitude daquele que quer ser lido
Gratidão
1 Como a água: necessária a cada dia.
Mar ou Esquecimento
1 Os passeios
2 A recusa da fotografia
3 O céu que parece um pano
4 A risca lá longe que distingo da janela
Detalhes
1 O foco de interesse das pessoas que gostam de dar
Memória
1 Entidade falível
2 Crepúsculo
3 Coisa que... o que é que eu estava para escrever mesmo?
Gavetas
1 Dispositivo em sequência onde afortunadas pessoas conseguem arrumar a sua vida meticulosamente.
Colecionar
1 Arrumar [infrutiferamente] perpetuamente
Silêncio
1 Incongruência feita soma de letras
2 Expressão dúbia das palavras não ditas
3 Tema de conversa
Segredo
1 Antecedente da promessa
Lugares
1 Somatórios de coisas fora do sítio
Pessoas-Lugar
funcionam a cinco dimensões,
às três do sujeito somam-se outras duas
1 O Tempo
2 A Consciência de o ter visitado
Some entries from the people-place dictionary:
The House
1 The Peace
2 Others
Anticipation
1 The death of things through words
Hope
1 Desire plus time
2 Summer
Doubt
1 The worst kind of Hope
Prophet
1 The one who performs a certain task of his life
with unbreakable dedication
2 Person-place
3 His own landscape [Fernando Pessoa - that other prophet]
4 For Veronica, Anselm Kiefer
Writing
1 reflex gesture of the one who reads
2 attitude of the one who wants to be read
Gratitude
1 like water: necessary every day.
Sea or Forgetfulness
1 the walks
2 the refusal of photography
3 the sky that looks like a cloth
4 the stripe far away that I can distinguish from the window
Details
1 The main interest of people who like to give
Memory
1 Unreliable entity
2 Twilight
3 thing that... What was I about to write anyway?
Drawers
1 Device in sequence where
fortunate people can meticulously arrange their lives.
Collect
1 Tidying up [fruitlessly] perpetually
Silence
1 Incongruity made up of letters
2 Dubious expression of unspoken words
3 Topic of conversation
Secret
1 Foreword of promise
Places
1 Sum of things out of place
People-Place
they work in five dimensions,
to the three of the subject are added two more
1 The Time
2 The Consciousness of having visited it
The House
1 The Peace
2 Others
Anticipation
1 The death of things through words
Hope
1 Desire plus time
2 Summer
Doubt
1 The worst kind of Hope
Prophet
1 The one who performs a certain task of his life
with unbreakable dedication
2 Person-place
3 His own landscape [Fernando Pessoa - that other prophet]
4 For Veronica, Anselm Kiefer
Writing
1 reflex gesture of the one who reads
2 attitude of the one who wants to be read
Gratitude
1 like water: necessary every day.
Sea or Forgetfulness
1 the walks
2 the refusal of photography
3 the sky that looks like a cloth
4 the stripe far away that I can distinguish from the window
Details
1 The main interest of people who like to give
Memory
1 Unreliable entity
2 Twilight
3 thing that... What was I about to write anyway?
Drawers
1 Device in sequence where
fortunate people can meticulously arrange their lives.
Collect
1 Tidying up [fruitlessly] perpetually
Silence
1 Incongruity made up of letters
2 Dubious expression of unspoken words
3 Topic of conversation
Secret
1 Foreword of promise
Places
1 Sum of things out of place
People-Place
they work in five dimensions,
to the three of the subject are added two more
1 The Time
2 The Consciousness of having visited it















Hoje sonhei que chovia torrencialmente e que eu tinha por aí uma parede toda mascarrada e eu pensei ‘a parede lava-se’.
Today I dreamt that it was raining in torrents and I had a wall out there all grimy and I thought to myself 'the wall can be cleaned'